Homicídios, estupros e tráfico de drogas continuam avançando no Distrito Federal

02/04/2012 - 15h41 Comissões - Desenvolvimento Regional - Atualizado em 02/04/2012 - 15h47

Homicídios, estupros e tráfico de drogas continuam avançando no Distrito Federal

Simone Franco

A parceria dos governos do Distrito Federal, de Goiás e de Minas Gerais em ações coordenadas de segurança pública ainda não foi suficiente para reduzir a incidência de alguns crimes na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride/DF). O registro de homicídios, estupro e tráfico de drogas no DF aumentou entre 2010 e 2011, situação destacada, nesta segunda-feira (2), em audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR).

Dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal evidenciam um aumento de 13,2% nos homicídios, que passaram de 638, em 2010, para 722, em 2011. O quadro se agrava em relação aos casos de estupro, que avançaram 26,3% no período. Quanto ao tráfico de drogas, os registros tiveram uma ampliação de 33,2% entre 2010 e 2011.

De acordo com o coronel Jailson Ferreira Braz, da Polícia Militar do Distrito Federal, algumas regiões administrativas do DF, como o Varjão e a Estrutural, concentram índices de criminalidade até duas vezes maiores que as registradas na região do Entorno. A Ride/DF agrega 30 regiões administrativas do Distrito Federal, 19 municípios de Goiás e três municípios de Minas Gerais.

A meta da segurança pública no DF, segundo Jailson Braz, é reduzir a criminalidade em 8% em 2012. Até lá, terá como desafio desafogar um sistema prisional que já excedeu sua capacidade em 53%. O representante da Polícia Militar creditou a elevação dos registros de alguns tipos de crime ao aumento da ação policial. E citou pesquisa do IML (Instituto Médico Legal), realizada em 2010, que identificou a ingestão de drogas em 63% das vítimas de homicídio.

Diretor da Força Nacional de Segurança Pública, o major Alexandre Augusto Aragon apontou o seqüestro relâmpago e o furto de veículos como os dois principais problemas de segurança no entorno do DF. Segundo informou, a corporação efetuou 446 prisões desde o início de sua atuação na área, em 2007. Mais do que o combate à criminalidade, o major Alexandre Aragon defendeu uma intervenção baseada em ações socioeducacionais para a comunidade, abrangendo, inclusive, a mediação de conflitos familiares.

– A chave é buscar recuperar a juventude, que está desassistida – afirmou.

A representante do Centro de Atendimento a Vítimas de Crimes de Águas Lindas de Goiás (GO), Rosa Maria dos Santos, concordou que policiamento não é tudo. Na verdade, a líder comunitária aproveitou para reclamar da desestruturação desse serviço no município, no final de 2010, pelo Ministério da Justiça.

– Ficamos lá de 2008 a 2011 prestando assistência com uma equipe multidisciplinar, com advogado, assistente social e psicóloga. A Secretaria de Direitos Humanos acabou o projeto em dezembro de 2011 dizendo que ia criar centros de referência, mas até hoje estamos sem assistência – denunciou Rosa dos Santos.

Se a média nacional é de 26 homicídios por 100 mil habitantes, em algumas cidades do entorno do DF essa incidência chega a 70 homicídios por 100 mil habitantes, conforme comentou o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).

– Isso exige das autoridades ação coordenada firme e regular para garantir políticas públicas que melhorem as condições de vida na região metropolitana do DF. Entendemos que investir no entorno não é responsabilidade só de Goiás, mas também do Distrito Federal e da União – declarou o parlamentar, autor do requerimento de audiência pública sobre a segurança pública na CDR.

O debate desta segunda-feira foi o primeiro de um ciclo sobre desenvolvimento sustentável na região do entorno do DF aberto pela comissão. Na próxima segunda-feira (9), às 11h, a comissão discutirá as perspectivas para as políticas de educação básica, técnica e superior.

 

Agência Senado

 

Notícias

Juíza reconhece impenhorabilidade de imóvel de família em ação de cobrança

BEM PROTEGIDO Juíza reconhece impenhorabilidade de imóvel de família em ação de cobrança 18 de outubro de 2024, 15h54 No recurso, a embargante argumentou que o imóvel é utilizado como moradia pela sua família, o que o torna impenhorável conforme a Lei 8.009/1990, que protege este tipo de...

TJ/PR vê fraude e anula venda de imóvel durante ação de execução

Alienação TJ/PR vê fraude e anula venda de imóvel durante ação de execução Tribunal ressaltou que ausência de penhora não isenta terceiros de investigarem regularidade do imóvel. Da Redação quinta-feira, 17 de outubro de 2024 Atualizado às 14:30 A 16ª câmara Cível do TJ/PR reconheceu como fraude a...

Evolução e relevância da separação de fato no direito brasileiro

Evolução e relevância da separação de fato no direito brasileiro Vitor Frederico Kümpel e Thaíssa Hentz de Carvalho quarta-feira, 16 de outubro de 2024 Atualizado em 15 de outubro de 2024 18:03 A separação de fato, embora não dissolva formalmente o vínculo matrimonial, é uma realidade que afeta...